sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Palavras com alma e coração


Palavras vem e vão,

Seja para nos torturar,

Ou nos erguer do chão.

Sem elas

Não seríamos surpreendidos,

E tão pouco desiludidos,

Arrependidos ou esclarecidos...

Dizer: eu te amo

Não deixa de ser um risco.

Ouvir um: te odeio,

provoca irônicos risos.

Não use o "Eu"

Para vulgarizar

O verbo amar.

Diga apenas: te amo

Para você se dedicar

E se doar.

E por que não colocar

O: "amo" antes do: "te"?

Pois dizendo: "Amo-te,"

O seu "eu" seria melhor,

E este mundo mais seguro

E menos triste.

Palavras nos comprometem,

Ou simplesmente

Nos contradizem.

Elas nos motivam

A ser um grande herói

Ou eternos infelizes.

Somos incapazes de ver,

Até onde ela nos empobrece

E nos apodrece...

Quem não se diverte

Com a própria ignorãncia,

É uma boa vítima da fofoca.

Esta erva venenosa

Que só semeia

Inconstância e discórdia.

A palavra "fofoca" é

Intrigante e irônica.

Sempre há uma situação

"Fofa" e cômica,

Que espalhamos

Não por desabafo

Mas por inconsciente

Intolerância.

Quando não temos tolerãncia

À nossa própria ignorância,

Somos simplesmente

Retardadas crianças,

Cabeças "oca's",

Que se acham fofas

Nas situações mais toscas.

Palavras nos libertam

De certos constrangimentos

Onde nossas dores

Estão segregadas

Na clausura do silêncio.

O silêncio nos educa

Seja para a indiferença

Ou seja para a ternura.

Quando somos indiferentes

Ele parece gritar

Dentro da gente.

Mas quando somos ternos

Ele simplesmente

Despede-se de nós

Como em um abraço eterno.

O silêncio fortalece

Qualquer palavra

Seja ela nutrida

De algum sentimento

Fértil ou estéril;

Ele respeita quem é amigo dele

Porque quer evaporar

no momento certo...

As palavras "humildade" e "perdão"

São suas amigas entusiastas,

Porque elas tiram o homem

De uma vida de migalhas

E o silêncio sabe a hora

De sair de si,

Para dar vez as palavras.

Palavras nos congregam

E nos trazem

A razão de volta.

Trazem amigos pra perto,

Pois para aprender

O verbo amar

Não há dia nem hora.

Palavras simplesmente falam,

Mas é o coração que suporta,

O corpo se comunica

E a atitude anuncia.

Já a alma se delicia,

Arrepende-se

E aprende;

Mas o coração

Chora e se alívia.

Pois para os homens

De alma e coração,

Palavras são sentenças

E centelhas Divinas.


m.J.s.m.